Paralelos entre Sansa Stark e Elizabeth de York

Olá, rebeldes, como anda a oposição, hein? Ainda sem ventos do inverno?

 Bem, depois de pegar tantos blogs de paralelos já prontos na outra comu, eu resolvi que finalmente iria fazer um dos paralelos que mais gosto:

Paralelos entre Sansa Stark e Elizabeth de York



 Sansa tem certas similaridades com algumas figuras históricas interessantes: Anne Neville, Elizabeth I Tudor, talvez Mary I Stuart, etc.

 Neste texto, vou me abster de comentar todas as figuras acima, e me focar em uma em específico: a Rainha Elizabeth de York.

 Como muitos no fandom de ASOIAF devem estar carecas de saber, a grandiosa guerra civil chamada de "A Guerra das Rosas" — ou Guerra dos Primos, como ficou conhecida por muito tempo, visto que ambos lados da guerra civil eram parentes em algum grau — foi a guerra civil que assolou o solo inglês da Grã-Bretanha por muito tempo, perdurando por três décadas, sendo sucessora da guerra dos cem anos; com famílias poderosas lutando pelo trono da Inglaterra.

 Tal nome se dá pelos símbolos escolhidos de cada lado: a Rosa Vermelha de Lancaster (os quais inspiraram os Lannister), que era apoiadora da casa Plantageneta, a casa real que permanecia no trono da Inglaterra; e a Rosa Branca dos York (os quais inspiraram os Stark), a casa cujo o duque almejava o poder e a derrocada do rei Henry VII — um rei de pulso fraco e que provavelmente sofria de algum problema psicológico — este último servindo uma referência clara de George R. R. Martin para o Rei Louco, Aerys II; embora Henry VI em nada lembra o tirano piromaníaco da casa Targaryen.

 O Duque de York não viveria para ter o trono pelo qual tanto lutara; todavia, primogênito e seu ultimogênito, sim.

 Bem, a Guerra das rosas é um assunto imenso e que renderia pelo menos três blogs apenas de tal assunto — e, ainda assim, é bom lembrar: Elizabeth de York ainda não aparecia ou seria de grande importância durante boa parte do texto, visto que a própria só veio a nascer quando o seu pai ocupava o trono e ela não tomara qualquer posição política durante todo o seu reinado dado o fato de que ainda era a jovem filha de um rei e não tinha um destaque na política, a não ser como peão de casamento. Também é bom pontuar que, após seu tio tomar o trono para si, Elizabeth pouco fez durante seu estado como dama de companhia da Rainha Anne Neville — esta última também tendo bons paralelos com Sansa Stark, mas isto ficará para outra análise histórica.

Em suma, vamos tentar relembrar com calma momentos importantes da filha favorita de seu pai, o Rei Edward IV da Inglaterra.

Infância na Corte:

 Elizabeth era a primogênita de um rei, e, apesar de não ser herdeira do trono, ela tinha seus privilégios, tendo grandes mimos que condiziam a sua posição real, amor paterno e materno constante, e sendo muito disputada para se casar.

 Sansa não era uma princesa, mas nem por isso teve uma vida menos prestigiada: criada como filha do Lorde de Winterfell, Sansa teve educação de ponta, era boa em suas aulas — com exceção de matemática, de acordo com sua irmã Arya —, e era capaz de fazer tudo que era pedido para uma lady de berço nobre como ela.

 A aparência das duas também são parecidas: altas, de tez bem clara e bochechas rosadas, e cabelos ruivos.

 Sansa, apesar de viver no Norte, um reino que pouco ligava para a cavalaria do Sul, amava histórias de cavaleiros e tudo que envolvia as cortesia da corte.

Elizabeth não ia muito longe: criada numa corte que seguia os moldes que George criou para as cortes ândalas de Westeros, também era bem ligada à cavalaria, e de modo que superara outras mulheres da época; seu pai a consagrou* —junto de sua mãe, também chamada Elizabeth, sempre influenciadora na Corte de seu marido que fazia praticamente tudo para agradá-la — como dama da Jarreteira; uma ordem de cavalaria de alto grau e muito prestigiada até os dias atuais.

 *É importante notar que Elizabeth, na época com apenas 11 anos de idade, foi agraciada como Senhora da Jarreteira por direito próprio, diferente da maioria das mulheres, que só conseguiam porque o marido havia ganho. Isto dava a Elizabeth um grande prestígio e poder político dentro da ordem de cavalaria.*

Linhagem nobre e nortenha.

 Elizabeth é filha de Edward de York, herdeiro de uma vasta terra ducal ao norte da Bretanha, e que inspirou os Stark. Sendo assim, além da realeza no trono da Inglaterra, a princesa vem de uma linhagem de destaque que exibe grande poder ao norte do país — assim como os Lancaster, mas estes ficavam com terras menores e na direção leste.

 Em contrapartida, enquanto o lado paterno de ambas as jovens ruivas eram poderosas, o mesmo não se pode dizer do lado materno de Elizabeth.

 Sua mãe era uma sem riqueza, e uma mulher odiada; todavia, além da aparência, ela lembrava algo da família materna de Sansa: água.

 O avô materno de Elizabeth era dono do condado de Rivers e sua esposa, Jaquectta, era dita como uma bruxa, assim como a filha, que usava poderes ligados a magia das águas para criar tempestades e enfeitiçar homens — autores, como a famosa Philippa Gregory, usaram de tais lendas em sua trama narrativa.

 Catelyn, a mãe de Sansa, por outro lado, é de uma das grandes casas de Westeros, e não está ligada à magia — este lado místico está no lado paterno da família de sua filha, pelo menos até o terceiro livro. Os Tully, porém, estão ligados à água, graças aos rios das Terras Fluviais.

 Todavia, falaremos mais da mãe da Rainha de York no decorrer do texto.

Edward IV: Robb e Robert?



 O antigo rei Edward Quarto, como dito acima, é o pai de Elizabeth, sendo esta a filha favorita do monarca. Ela foi sua primogênita com a sua amada esposa, Elizabeth Woodville, e foi seguida por quatro irmãs e três irmãos (o último destes faleceu pouco após nascer).

 Como sua filha favorita e sendo um bom partido político para casamento, o Rei não tardou em prometer sua mão à nobres de bom sobrenome — um destes, inclusive, foi o próprio Delphin francês; todavia, seu pai não veria sua filha casar-se, pois veio a falecer quando Elizabeth tinha 17 anos.

 Tal qual Elizabeth teve inúmeros pretedentes, mas durante muito tempo em sua vida, nenhum deu frutos, não importava o quanto fosse bom para ela. O único que daria certo seria com o rei Henry VII.

 O pai da futura rainha teria alguma semelhança com alguém na vida de Sansa? Possivelmente...

 A primeira, embora não importante na vida da donzela Stark, é o Rei Robert Baratheon (na verdade, os três Baratheon da saga principal tem suas semelhanças com cada um dos três irmãos de York), que derrubou o rei louco com o apoio do pai de Sansa, Ned Stark — que assim como Edward, perdera o pai e o irmão na Guerra das Rosas.

 Edward foi um rei que era muito amado por todos que apoiavam a causa contra a família real; ele era bom em batalha, carismático, e desejava vingar o pai que morreu tentando derrubar o rei Henry VI do poder. no começo de seu reinado, após derrotar a família rival, agora destituída do poder, Edward teve de lidar com algumas revoltas dos plantagenetas; do Conde de Warwick, seu antigo apoiador, e de seu próprio irmão George — o qual acabou por ser morto por aliar com o Rei Francês; sendo a forma de execução escolhida o afogamento em vinho. Isto é um diferencial do reinado pacifico de Robert, o qual reinando 13 anos quase sem guerra (com exceção da rebelião Greyjoy), mas se fazendo de cego para as conspirações de seus vassalos.

 Uma igualdade entre os reis, é de que ambos eram dados a uma vida de lascívia, banquetes e torneios, com tanto Robert quanto Edward perdendo o corpo de guerreiro que tinham ao esbanjar dos luxos da coroa.

 Sansa não tem grande conexão com Robert — de fato, eles nunca sequer interagiram, com exceção de uma rápida cena no castelo Darry —; porém, o pai da Rainha Elizabeth lembra outra pessoa importante na vida de Sansa Stark: seu irmão mais velho, o Rei Robb.

 Robb, assim como Edward e Eddard, perdeu seu amado pai. O Stark logo veio a ser proclamado Rei do Norte e do Tridente, e continuou uma guerra contra a coroa em busca de justiça — embora não de poder, como no caso Edward.

 Robb foi um bom estrategista de guerra, e até tinha certo tato político em algumas ocasiões; entretanto, o que mais lembra o falecido rei da Inglaterra é o mesmo motivo que ajudou em sua derrocada: seu casamento.

 Edward de York casou-se em segredo durante a guerra com Elizabeth de Woodville, mencionada mais cedo no texto. Quem era ela? Simples: a viúva de um homem que morreu lutando contra a causa os York — e que acabou por perder as terras por isto, deixando os filhos que teve com Elizabeth sem terras para herdar, tendo que viver nas terras dos pais, no baronato de Rivers —, e a filha cujo pai também lutou contra os York e cuja mãe serviu a Rainha Marjorie, a rainha lobo, que ajudou na guerra que matou o pai de Edward.

 É importante ter em nota que Elizabeth não queria casar-se com o rei, apenas o procurou enquanto este passava pelas terras de seu pai, para implorar que devolvesse as terras de sua marido, para que seus filhos não ficassem desamparados.

 Entretanto, numa reviravolta do destino, Edward, enamorado por uma mulher mais velha e sem terras ou mesmo um dote, deixou de lado seu casamento com a princesa da França (o que veio a irritar o Conde Warwick, que deu a apoio ela e a seu falecido pai durante toda a guerra e que havia arranjado tal casamento para seu líder).

 Este casamento, somado a constante tomada de poder da família da rainha corte, passando por cima de todos os outros fiéis servos que apoiaram o rei na guerra, foi o motivo de guerra entre Edward e seu antigo defensor, Warwick; seu irmão mais novo George, e, por fim, um auxílio no golpe de Estado de seu irmão mais novo, Richard — mais sobre este último, mais tarde.

 Tal qual Edward, Robb quebrou sua promessa de casamento e casou-se com Jeyne Westerling, quebrando assim o tratado com os Frey e perdendo milhares de soldados na guerra — e pior, atrapalhando sua volta ao Norte, que estava sobre ataque dos Homens de Ferro, visto que ele precisava da ponte dos Frey para atravessar o seu exército.

 Os Westerling outrora foram uma rica casa; todavia, vieram a ficar endividados e, para resolver tais problemas, houve o casamento entre o Lorde da casa e Sybell Spicer. A união deu dinheiro para os Westerling, mas, como os Spicer eram uma casa pequena, sem prestígio e odiada por terem sangue estrangeiro, tal união veio para manchar a honra da antiga casa.

 Aqui é bom notar que Sybell é neta de Maggy, a Rã, e provavelmente deu uma poção de amor a Robb e talvez até para Jeyne, que estava a cuidar do Rei do Norte quando o próprio foi ferido em guerra — se é que precisou de tal artifício, visto que a notícia da "falsa" Bran e Rickon o abalaram e isto o fez dormir com Jeyne. De qualquer forma, sabemos que Sybell deu ervas para que a filha não tivesse filhos, num acordo mesquinho com Tywin Lannister, para derrubar Robb.

 Isto lembra as calúnia em volta de Elizabeth Woodville e sua mãe, Jacquetta, com ambas sendo acusadas de bruxaria por terem sangue de "Melusina" — uma espécie de ser místico dos rios, semelhante a uma sereia —, o que deu a luz a boatos de que mãe e filha usaram magia para saber que o rei e sua comitiva passariam por ali, e que ambas o enfeitiçaram para que Elizabeth tivesse a coroa para si. Tais lendas podem ter inspirado Martin na criação da família Westerling.

Rainha Elizabeth Woodville

 Verdadeiros os boatos ou não, Edward veio a ganhar a Guerra e fazer Elizabeth rainha da Inglaterra — escondendo o casamento deles até sua vitória contra os Lancaster e a tomada da coroa inglesa —; Robb, por outro lado, não tanta sorte: ele e sua mãe cometeram erros na guerra que tiveram um preço caro: a morte de ambos.

 Sansa acreditava que seu irmão viria para salvá-la da Capital, vingar a morte do pai, e matar Joffrey; todas as suas expectativas, infelizmente, não vieram a se tornar realidade. De fato, Sansa nem sequer sabe que, por mais que tenha tentado fazer um acordo com o inimigo, Robb não pretendia salvá-la á custa de perder o regicida, muito menos que ele legitimou Jon para herdar Winterfell no seu lugar quando foi forçada a casar-se com Tyrion.

Falando nele, vamos ao próximo item desta lista:

Tyrion Lannister e Richard III

Richard III

Tyrion Lannister e Richard III devem ser um dos paralelos mais comentados de ASOIAF. Provavelmente pegando como principal inspiração para criar o anão mais famoso de Westeros, Martin deve ter-se baseado na versão vilanizada do jazido rei inglês, criada por Shakespeare na peça intitulada "Richard III".

 Richard não é um rei amado, muito menos bem lembrado pela história, sendo vilanizado por muitos até hoje. A peça de Shakespeare serviu para colocar na visão de muitos que o último dos irmãos York era alguém cruel, repulsivo, sem nenhum traço mínimo de bondade e decência humana — chegando a ponto de matar seus irmãos e sua esposa, Anne —, e, principalmente, de que era um rei feio, com uma proeminente corcunda retorcida que o deixava deformada; um monstro por dentro e por fora.

Richard de fato não fora um homem sem pecado, embora alguns concordem que sua visão como um ser maligno seja um tanto exagerada — embora não totalmente —, muitos sabem que ele estava longe de ser um homem sem seus pecados.

 Após a morte de seu falecido irmão mais velho, o Rei Edward III, Richard, na época duque de Gloucester — e conde de Warwick, graças ao seu casamento com Anne Neville —, deveria assumir como regente e protetor de seu sobrinho, Edward V e seu irmão mais novo — o que desagradou os Woodville. Importante salientar que as lutas de Richard pela causa do irmão e seu período como protetor do norte da Inglaterra sem a casa de Lancaster para fazer qualquer querela, além da falta  o fizeram ter grande apoio da região do Norte da Bretanha.

 Richard, entretanto, tomou a coroa para si, e declarou que todos seus sobrinhos eram bastardos — para tal, ele alegou que seu falecido irmão havia se casado anteriormente com Lady Eleanor Talbot (tanto ela quanto Edward estavam mortos, mas um arcebispo confirmou os ter casado). O parlamento aprovou a reivindicação de Richard, fazendo-o rei do trono inglês. Em decorrência disso, Elizabeth de York agora era uma ninguém: ela perdeu seus status de princesa de um poderoso trono, passando a ser uma dama de companhia da Rainha Anne, dependendo da vontade dela e de seu marido para ter alguma posição de destaque na corte e depender do novo casal real para ter algum bom futuro.

 A morte de suas respectivas figuras maternas representam o fim da vida calma e cheia de regalias das duas donzelas bem-nascidas: elas agora estavam desprovidas de sua vida luxuosa e da proteção que o sobrenome que herdaram de seus pais deveriam lhes dar; sendo reféns numa corte que era inimiga de sua família, tendo de servir uma rainha rival e um rei que se provou indigno de confiança.

É importante notar, porém, que o tratamento de ambas era bem diferente: apesar de perder seu pai e título real, Elizabeth parecia estar bem tratada na corte, e não existem relatos de inimizade entre ela e a rainha Anne — que veio a falecer pouco depois, por causas naturais. E a jovem garota também não estava longe de sua família, pois suas irmãs lhe faziam companhia.

 Sansa, por outro lado, não estava em uma posição tão calma: Joffrey a humilhava e mandava seus guardas baterem nela diante de toda a corte, e Cersei a destratava constantemente, fazendo comentários depreciativos sobre a jovem — fora, é claro, o fato de que, enquanto o pai de Elizabeth morreu cedo, mas por causas naturais, Sansa viu o rapaz que ela amava matar ele na sua frente.

Ironicamente, Sansa se torna princesa quando seu irmão se autodeclarara Rei do Norte; porém, é incapaz de usar qualquer utilidade de tal título, pois é refém numa corte que repudiava reivindicação de Robb e que o rei mandaria espancar Sansa caso ela ousasse usar este título. Elizabeth, porém, ainda tinha um bom tratamento, mesmo tendo sido declarada uma bastarda pelo próprio rei, e ainda seria bem vista para casamento nobres pelo monarca.

Quanto ao relacionamento da filha de York para com o tio, é dúbio; provavelmente existia uma amargura pelas ações dele para com a família dela, mas nada indica que ela não desfrutou de seu período na corte do tio de forma alegre.

 Entretanto, boatos surgiram de que Richard queria casar-se com a sobrinha e, com a morte da esposa, o boato só piorou. E, para piorar, muitos dizem que a ex-princesa também estava enamorada com o próprio tio.

Agora: Existe alguma verdade em tais boatos? Dificilmente.

Richard declarou sua sobrinha bastarda, por qual motivos ele casar-se-ia com ela, visto que ele tinha uma reivindicação mais forte que ela, enquanto a própria era, agora, uma ninguém? Isto, por exemplo, é bem diferente da situação de Sansa na Capital, pois ela era a herdeira de Robb (algo que falaremos mais tarde), e isso dava a qualquer um que se casasse com ela grandes chances de crescer politicamente, tendo através do casamento, todo o reino do Norte.

 E sobre o suposto envenenamento da Rainha Anne: Richard a coroou como sua rainha consorte junto dele — algo já em desuso e raro na época, o que mostrava que Anne tinha um bom relacionamento com o marido —; e, durante o enterro de sua esposa, Richard chorou durante a cerimônia, abalado com a perda da companheira.

É possível que Richard tenha tido sentimentos pela sobrinha? Sim, embora nada o comprove — e certamente Martin, acreditando ou não neste boato, baseou um pouco disso ao criar a relação de Sansa e seu noivo.

No que tange Elizabeth, parece difícil acreditar que ela se sentia atraída pelo próprio tio, ainda mais após tudo que este fizera a sua família.

E, dado ao próximo item da lista, as chances dela amar aquele homem diminuem ainda mais.


Dois Príncipes (supostamente) Mortos



As duas sofreram um duro golpe mais tarde; a morte de seus dois irmãos mais novos.

 Os dois irmãos mais novos de Elizabeth foram levados para a Torre de Londres e lá ficaram, a mando do tio deles.

 Não se sabe o que houve com as duas crianças, pois elas simplesmente sumiram, provavelmente mortas pelas ordens de seu tio.

Theon, amigo fiel de Robb, traiu sua confiança e "matou" os príncipes, irmãos de Sansa, Bran e Rickon. A notícia era falsa, mas toda a população de Westeros acreditou nela.  

 Assim, Sansa e Elizabeth tomaram mais um golpe fatal, perdendo mais familiares próximos.

Sansa também viria a saber que sua casa fora queimada. Isto foi causado por Ramsay — e Theon foi culpabilizado —, entretanto, nos planos originais de Martin, era para Tyrion ter feito tal crueldade, provavelmente aproximando mais seu personagem com o antagonismo de Richard III para com a família de sua sobrinha.

Para piorar a situação, sua mãe e seu irmão, junto de vários lordes nortenhos, são mortos nas gêmeas, e Sansa perde por completo a sua única esperança de ser salva por sua família. Isto, inclusive, torna ela a herdeira de Winterfell — tal qual as mortes dos dois únicos irmãos tornou Elizabeth herdeira de York.

Entretanto, diferente de Sansa, Elizabeth ainda podia contar com o apoio materno de sua mãe para ter justiça. Carregada de dor, mas também de ódio, Elizabeth Woodville decide se vingar. E ela faz isso de uma forma interessante: voltando-se para os inimigos da causa da família de seu falecido marido, os Lancaster.

Peões para Casamentos



 Como já foi dito anteriormente, Sansa e Elizabeth são prometidas para casar-se desde cedo — Sansa já foi prometida a Joffrey, Willas, Robin, e casou-se com Tyrion. Atualmente, disfarçada de bastarda e mesmo estando casada, Sansa tem um novo pretendente: Harrold Hardying, o herdeiro do Vale.

 Elizabeth não fica atrás, tendo sido prometida para casar-se quando fez 3 anos, mas o plano não seguiu em frente quando seu prometido ajudou em uma rebelião contra seu pai; após isso, foi prometida para o Delfim da França, mas o pai do herdeiro francês quebrou o contrato e o casou com outra.

 Assim como no caso de Sansa, a bastardia também não foi um problema para Elizabeth de York: seu tio Richard a prometeu para casamento com o futuro rei de Portugal; talvez querendo livrar-se logo dos rumores sobre os dois serem amantes prestes a se casar, visto que ele a havia mandado para a casa, para ficar a mãe e as irmãs, enquanto também negava publicamente qualquer plano de casar-se com ela.

 Entretanto, Richard não era o único que prometia a princesa de York em sagrado casamento: Sua mãe, Elizabeth Woodville, prometeu-a a Henry Tudor, inimigo dos York, e concorrente do trono da Inglaterra.

 Com a morte de seu pai e irmão, Elizabeth era a herdeira de York, isto é, caso se negasse a escolha do parlamento e do rei de que a jovem era apenas uma bastarda. Tal como Sansa tem Harrold como herdeiro de um reino e a promessa de reconquistar suas terras ao Norte, Elizabeth também tinha seu herdeiro improvável para conquistar as suas.

 Henry Tudor, em exílio na França, estava um tanto "longe" para ser considerado herdeiro direto do trono da Inglaterra, ele precisava de apoio para conseguir tal conquista, e sua mãe, Margaret Beaufort, sabia disto, e por isso tratou de conseguir aliados para o filho — e um casamento com a herdeira de York, o que garantiria um bom apoio para a disputa de seu filho para o trono.

 E assim o foi: Richard III caiu, e Henry VII subiu. Elizabeth era agora uma princesa de novo, herdeira de York, e, como sua própria mãe e a mãe do novo rei acordaram, ela seria a futura rainha da Inglaterra; finalmente casando-se, após tantas propostas não cumpridas.

A união dos dois herdeiros de casas rivais viria a pôr um fim na rivalidade York X Lancaster, unindo-as em uma só.

 Elizabeth casou-se com o Tudor e teve o primeiro filho do casal, Arthur, 8 meses depois (fazendo alguns se questionarem se o casamento só não correu após a certeza de que a herdeira do ducado de York pudesse engravidar e dar algum herdeiro para o rei, embora sejam só boatos). Dois anos depois, Elizabeth foi coroada rainha, provavelmente porque seu marido não queria que achassem que ele dependia da esposa para mandar.

 A vida de Elizabeth como esposa de Henry VII voltou a deixá-la em um ambiente mais calmo e alegre, como quando era jovem; o casal logo se encontrou repletos de filhos, respeito e amor — embora muitos digam que sua sogra, Margaret Beaufort, a Milady Mãe do Rei, a impedisse de ter agência política, visto que era ela quem Henry VII tinha como principal conselheira; porém, o mais provável é que a própria Rainha Elizabeth tenha se abstido de tomar muitas decisões de estado.



 Henry e Elizabeth se amavam, com o rei sendo acalmado pela rainha quando perderam seu primogênito.

 Após perder o filho Artur, Elizabeth encontraria seu trágico fim no parto: Elizabeth morreu tentando dar à luz a um novo filho da Inglaterra, mas acabou por morrer junto da criança, deixando seu marido desolado; após isso, Henry VII deixou sua mãe como regente do reino enquanto tentava se recuperar de seu profundo estado de depressão.

 Por sorte, além de duas filhas (futuras rainhas da Escócia e França), Elizabeth também teve um filho que ficou para a história: Henry VIII Tudor. 🙂🤭

O que isto pode dizer do futuro de Sansa Stark?

 Aegon Targaryen (verdadeiro ou não) está em Westeros; e, alguns especulam, que ele será o futuro marido de Sansa — ou pelo menos prometido dela.

Aegon lembra um pouco Henry Tudor: ambos descendentes da linhagem real destituída, passaram muito tempo longe de sua terra natal, tiveram de atravessar o mar para ir até o trono que acreditavam ser seus...

 Para derrubar seus aliados, Sansa, assim como Elizabeth de York, poderia por um fim em qualquer querela antiga entre Stark e Targaryen e unir as duas linhagens (mesmo que, por exemplo, Jon ou alguns de seus outros irmãos seja rei no Norte, Sansa ainda serviria como apaziguadora, pois muitos em Westeros resolvem suas diferenças com casamentos). De quebra, ela ainda poderia tomar o lugar de Cersei como rainha, concretizando a profecia de Maggy, a Rã.

Entretanto... Eu discordo desse conto de fadas genérico.

Griff está mais para Perkin: um homem que alegou ser um dos irmãos desaparecidos de Elizabeth de York. O rebelde casou-se com uma princesa da Escócia (pois, o ódio de nações sempre vem antes de amor paterno e legitimidade, pelo visto) e aliou-se à irmã do falecido pai de Elizabeth, a duquesa de Borgonha, para ter o trono.

 Apesar dos esforços e da dor de cabeça que causara ao rei, Perkin acabou por ser capturado e confessou a sua falsidade, alegando só ter feito o que a duquesa o mandara fazer. No fim, ao tentar rebelar-se novamente contra o Rei da Inglaterra novamente, Perkin não recebeu a misericórdia real novamente, sendo decapitado.

 Tudo isto me faz crer que Griff seja realmente só mais um Perkin, isto é, ele é falso, e sua reivindicação só não é mais falsa porque, diferente de Perkin, se Griff for mesmo um Blackfyre, ele pelo menos ainda tem algum sangue real.

 Apesar do Norte ser baseado na Escócia, não creio que Sansa fará o papel da princesa que irá casar-se com ele — no máximo ela será prometida a ele. Quem eu apostaria todas as minhas fichas seria a princesa Arianne, seguindo os caminhos de Elia e derrubando Cersei. Assim como creio que qualquer união matrimonial entre Stark e Targaryen para selar a paz seja mais algo com Jon e Dany, do que Sansa e Aegon.

Mas, onde entra Sansa nisso tudo? Bem...

Não sou nenhum shipper de Jonsa para pensar nessa possibilidade como nada além de irrisória e pífia.

Uma possibilidade seria Tyrion e Sansa, visto que ambos já são casados, mas creio que Tyrion não terá herdeiros e o destino de ambos não é manter o casamento.

E, não, acho que Harrold e Sansa são menos provável ainda de ser um casal "endgame". Harrold tem suas semelhanças com a trajetória de Henry VII, é claro: ele é o herdeiro distante de um vesto reino, ele tem sua tia, Lady Anya Waynwood, agindo como sua tutora — provavelmente prometendo-o para Alayne pois sabe que esta é na verdade Sansa Star — e garantindo seus direitos ao trono do primo... Mas estes são exemplos bem básicos, visto que Harry não deve lutar contra ninguém pelo seu direito e nem precisa de Sansa para tal; além de não lembrar em nada o sagaz Rei Tudor.

No fim, acho que Sansa terminará com o Norte para si, mas, diferente de Elizabeth, apesar de ser Lady de uma vasta terra e ter pretendentes a granel para si, a Stark escolherá o caminho de outra Rainha Elizabeth...

Todavia, isto é assunto para outro Blog. 🌚❤️


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